segunda-feira, 24 de novembro de 2014

TI do Banco do Brasil vai parar em três frentes distintas

Três movimentos grevistas distintos deverão tornar a Tecnologia do Banco do Brasil num verdadeiro caos para os clientes a partir desta terça-feira, 25 de novembro. É a primeira vez que assisto um movimento tão coeso dentro do BB, nas três frentes de comando da TI do banco oficial.

A Cobra Tecnologia, subsidiária do BB pretende paralisar as atividades em 13 Estados, com apoio da Fenadados. Com isso, todos os serviços de manutenção e desenvolvimento deverão atuar de forma precárias, mesmo que os trabalhadores mantenham um mínimo necessário de equipes atuando na empresa durante o período grevista.

Em outra frente distinta, os trabalhadores na TI do BB, vinculados ao Sindicato dos Bancários, também irão cruzar os braços, tornando ainda mais difícil o atendimento para os usuários.

Não bastasse esses dois movimentos, o SINDPD-SP, não vinculado à Fenadados, também decidiu paralisar as atividades na mesma data dos demais, reforçando ainda mais o movimento grevista da categoria.

De acordo com a Fenadados, os trabalhadores estão reivindicando maior equidade salarial e de benefícios; reposição salarial (inflação dos últimos 12 meses) com ganho real de 5%; e fim do assédio moral. Para se ter uma ideia, um técnico de operações da Cobra recebe R$ 1.627,90 por mês, enquanto no BB um escriturário (cargo base da carreira bancária) começa ganhando R$ 2.043,36 por mês (valor anunciado pelo banco no último concurso, realizado este ano).

O salário médio de um técnico de operações no mercado é de R$ 2.100. Isso significa que o déficit salarial dos técnicos da Cobra é de quase R$ 500 por mês. Já os auxiliares de operações ganham um salário mínimo. Com esta renda, este empregado público não consegue ter acesso a benefícios básicos, como plano de saúde.

O Banco do Brasil detém 99,97% do capital social da Cobra Tecnologia, que atualmente presta serviços de Processos de Negócios (BPO) e de Tecnologia da Informação (ITO) para o BB, tecnologias essenciais para a segurança e qualidade do atendimento de um dos maiores bancos da América Latina.

A Cobra tem quase quatro mil colaboradores e, em 2013, seu faturamento foi de R$ 616,1 milhões. As tecnologias que desenvolve atende a 3.600 municípios brasileiros.