O governo já tem uma estratégia para colocar a regulamentação da mídia em discussão, pelas mãos do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
Eu disse: discussão.
Regulamentação efetivamente, somente em 2017, quando o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já não for presidente da Câmara.
Mas a ideia é a seguinte; depois do Carnaval, o governo chamará a sociedade e as empresas para um debate aberto. Na forma de uma consulta pública, que embromará o assunto ao máximo. Um grupo de trabalho será criado para tal.
E, durante este período, proposta nenhuma irá ao Congresso, enquanto Cunha presidir a Câmara.
Rival do governo e da ideia de regulamentar a mídia, Cunha já disse que barrará qualquer texto que venha do Executivo. O governo, por sua vez, quer vê-lo pelas costas, sem poderes para interferir no processo.
Daí é que um texto final só deverá chegar em 2017 naquela casa.
Até lá a palavra de ordem será "popularizar" a discussão sobre regulamentação da mídia nas redes sociais, tal como foi feito com o Marco Civil da Internet, para contrapor eventuais argumentos contrários que venham das grandes empresas de Comunicação.
Um detalhe: A regulamentação começará do zero. O texto criado pelo ex-secretário de Comunicação de Lula, Franklin Martins, não servirá como proposta básica do governo.
Nada de censura ou coisas do gênero também. A presidenta Dilma quer algo bem mais maleável, olhando para questões econômicas, leia-se: combate ao monopólio atual. Berzoini irá surfar por pelo menos uns dois anos na crista dessa onda.
* Quem viver, verá.