segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A "Libelu" quer mandar num banco

Quem diria, mas a corrente trotskista do PT, que no Brasil se notabilizou pela facção "Liberdade e Luta" (Libelu), está de olho no futuro Banco Finep, que aguarda somente a aprovação do Conselho Monetário Nacional para entrar em operação.

Este banco, conhecido como o "BNDES dos pobres", terá bilhões dos fundos setoriais de Ciência e Tecnologia para manobrar no fomento à Inovação de pequenas e grandes empresas de Tecnologia no Brasil.

A ideia começou quando Aloizio Mercadante ainda era ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), no primeiro Governo Dilma Rousseff. Mas Mercadante acabou transferido para o Ministério da Educação e depois para a Casa Civil da Presidência da República, onde ainda permanece, enquanto aguarda seu destino neste novo governo.

Pensando um passo à frente, Mercadante tratou de não apenas comandar de longe o MCTI mas, também, garantir para si o controle da Finep - Financiadora de Estudos e Projetos. Para tanto, contou com uma indicação feita por seu amigo e ex-ministro, Antonio Palocci. Este buscou Glauco Arbix, um ex-integrante da "Libelu", dos tempos em que juntos seguiam a cartilha do líder revolucionário Leon Trotsk.


Glauco Arbix vem agindo como se fosse uma espécie de "ser independente" dentro da estrutura do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. Há dois ministros que ele simplesmente vem ignorando a hierarquia, por ser no momento um organismo vinculado ao MCTI. Prefere só passar lá para expor a sua agenda de trabalho, depois que despachou diretamente com Mercadante no Palácio do Planalto.

Com a real possibilidade da Finep se tornar um banco, Glauco Arbix, continua sendo o homem de confiança de Marcadante e Palocci à frente do órgão. O ministro está trabalhando para manter intacta essa estrutura, seja qual for o partido que ocupe o MCTI. Arbix com um banco nas mãos terá mais força do que qualquer ministro que assuma aquela pasta, já que Clélio Campolina, que hoje ocupa o ministério, tem sido visto apenas como um "ministro tampão".

A passagem de Arbix pela Finep até agora pouco mudou em termos de rumos estratégicos que se espera de um organismo fomentador de Inovação no país. Mas com poderes de um banco, podendo liberar para quem desejar os recursos dos fundos setoriais, sem pressões ministeriais, seu peso político crescerá absurdamente na Esplanada dos Ministérios.

* Resta saber o que Arbix fará à frente de um banco para o "companheiro" Antonio Palocci, com apoio de Mercadante.