segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Assumpção é barrado na lista do PT para cargos federais de TI

Na relação dos nomes que o setorial de Ciência e Tecnologia da Informação indicou para ocuparem cargos federais, não consta o nome do presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção (foto).

Por questão de coerência política, compreende-se que os petistas da Tecnologia não andem satisfeitos com o desempenho de Assumpção à frente da Dataprev. Ele comprou diversas guerras dentro do partido ao não atender a base sindical nas negociações salariais, além das mudanças que imprimiu na empresa, que gerou demissões e o reenquadramento do pessoal.

Soma-se à isso, suas ligações com Carlos Eduardo Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, também contribuíram em muito para azedar as relações com os petistas da área de Tecnologia.

Constantemente Assumpção foi flagrado em diversas articulações de Gabas para ocupar a presidência do Serpro, o que irritou os sindicalistas que conseguem boa interlocução com o presidente desta estatal, Marcos Mazoni. Não é à toa que Mazoni encabeça a relação de nomes para continuar no segundo governo de Dilma Rousseff.

Seu enfraquecimento ficou ainda maior depois que a senadora Marta Suplicy (PT) saiu do governo intempestivamente, não esperando pelo sinal da presidenta Dilma. E saiu cobrando uma nova equipe econômica além de outras questões governamentais. Pegou mal a saída de Marta dentro do PT e os desdobramentos virão no futuro, a depender do humor do ex-presidente Lula, em São Paulo.

Mas do ponto de vista administrativo, a ausência do presidente da Dataprev na relação de nomes que poderão continuar o seu trabalho no governo federal pode se tornar numa mancada política, ou numa injustiça administrativa cometida pelo PT à médio e longo prazos.

Mal ou bem, foi na gestão de Assumpção que o PT pode festejar o fim das filas nos postos da Previdência Social, justamente porque a Dataprev conseguiu dar conta do recado ao atualizar os sistemas e ter um perfil mais profissional no trato das aposentadorias e pensões, também acabando com as constantes denúncias de fraudes cometidas contra os velhinhos.

Comprando brigas internas e externas Rodrigo Assumpção, num esforço conjunto com o INSS, praticamente extinguiu esses dois problemas que eram constantes ainda no início do Governo Lula. Sua ausência poderá ser sentida e cobrada no futuro, caso as atuais escolhas não mantenham pelo menos o atual padrão de serviços na principal estatal da Previdência Social.

* Convém lembrar que a Previdência Social passou incólume por toda a campanha presidencial, sem ter havido denúncias feitas pelas candidaturas de oposição. Não foi o que ocorreu com a área de Saúde, por exemplo, um dos grandes hiatos deixados agora na relação do PT.